Elã
O poema nasce de repente
como se fosse a extensão da gente,
extensão do olhar minucioso
que vê com os olhos da alma
e consegue transcrever no verso
a sensação da contemplação;
seja do canto ou do voo do pássaro,
seja da cor ou do olor da flor,
seja da aflição ou do desespero da dor,
seja da paixão ou da graça do amor,
seja do negrume ou da liberdade da morte,
seja do revés ou da sorte,
seja da juventude ou da velhice,
o poeta transcreve sem mesmice
tudo que transcorre em seu elã,
seja do ontem, do hoje ou do amanhã...