NA LETARGIA DA DOR
Ela, naquela noite, deixou de viver.
Seguir sem o bem
Que amava mais que antes
Não achava meio de,
Mesmo que possível fosse.
Ao fechar-se a cortina,
Qual pluma no assoalho,
Pisou leve.
Completa e solitariamente,
Na cama
Esticou-se.
O fim do todo e de tudo
Presumiu
Inquieta e resoluta
Ao lado do vazio.
Para o amanhecer,
Pouco restava de tempo.
Cerrou os olhos,
Oscilou no pensamento.
Em posição fetal
Encolheu-se.
Pudesse retornar, para renascer...
Quedou-se.
Impediu dos olhos o real.
Na letargia da dor, sem viver,
Sepultou-se em si mesma.
Dalva