NA LETARGIA DA DOR

Ela, naquela noite, deixou de viver.

Seguir sem o bem

Que amava mais que antes

Não achava meio de,

Mesmo que possível fosse.

Ao fechar-se a cortina,

Qual pluma no assoalho,

Pisou leve.

Completa e solitariamente,

Na cama

Esticou-se.

O fim do todo e de tudo

Presumiu

Inquieta e resoluta

Ao lado do vazio.

Para o amanhecer,

Pouco restava de tempo.

Cerrou os olhos,

Oscilou no pensamento.

Em posição fetal

Encolheu-se.

Pudesse retornar, para renascer...

Quedou-se.

Impediu dos olhos o real.

Na letargia da dor, sem viver,

Sepultou-se em si mesma.

Dalva

Dalva Molina Mansano
Enviado por Dalva Molina Mansano em 13/07/2016
Reeditado em 23/08/2016
Código do texto: T5697040
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