Eu e o sertão

Num sou poeta dos bons

Mas dos bons estou no meio

Pois tenho acesso aos poetas

Do Brasil e do mundo inteiro

Através da internet

Um excelente meio

Leio livros, publico versos,

E assim é que vagueio.

Agora eu vou contar

Um pouco do que conheci

Do sertão que conheço

Do sertão que eu vivi.

Acordo de manhãzinha

Do sol nem vi o clarão

Mas já escuto os passarinhos

Cantando tudinho no ninho

Naquela escuridão.

Tomo um gole de café

Que é para mode acordar

Dou um beijo em minha véia

Pra mode ela levantar.

Vou andando pro currá

Pra ir tirar um leitinho

Pra mais tarde esquentar

E dar pra meus minininho.

Solto então a vacaiada

Pra ir comer lá na serra

E então desço pra roça

Pra ir cultivar a terra.

Faço um sulco aqui outro ali

Pra poder plantar banana

E quando bate uma fominha

Chupo um pé de cana caiana.

Continuo o meu trabalho

Na minha terra plantando

E assim sigo meus dias

Feliz que só, trabalhando

E cuidando da mulher e das cria

Pois eles são na minha vida

Tudo o que eu mais amo.