a gostosa
a canícula arterial
que sustenta a parte
do maquinário dos olhos
suga o branco
que
da porta da casa
(parece sol
ou alguma novidade
que revela coisas caras)
salta entre
os sapatos da gostosa
que não sabe
que eu existo
mas quero dizer
aqui nesse
poema barato
que,
através dessa
poema vejo
outras gostosas
que dão muito mole,
ouviu, gostosa, que
nem é gostosa assim
é mais maquiagem, que
nessa passarela coberta
de agonia, desfilam, um
tanto torta, meio morta,
sem brilho, no rosto, o desatino,
outras gostosas, viu, gostosa
que dá canícula solar é avistada