sangra e bate e mais nada

Ser doido

À flor da

Pele

flor

Que vomita

Gás

Pelas estranhas

Em seus andares

Calcinados, fundido

Á martelo pela

Fala dos jornais,

o que seria o jornal

senão

mão materializado

em discurso,

onde o que

menos vale

é que o

se diz

o que sugere

é mais

como lixo,

como esgoto

sugere

que lembra sujo

o perdido

usado

que nada

mais é que o comida

dos urubus

que

que que mais se diz

E vaporiza

De si

A agonia diária

Feita á latidos

De cachorros

Que salivam

A fome

Essa fome

que alastra

pelos cantos desse país

Que é do cachorro

Mas que nasce

Dos homens

forjado

pela palavra

que mais fere

que ensina

que mais doutrina

que é mais para latrina

mijo,

planta esmorecida

no canto da sala

esquecida

De horas entretidas

A ácidos do gotejam

Pela canícula impiedosa

Do estômago do mundo

Onde palavras bem amarradas

Apodrecem

E germinam

Em primaveras fétidas

Que não sabe

Outra coisa,

Senão alimentar

Outros doidos

Doido a flor da pele

E escorraçar pra longe

Essa vapor de nojo,

Que além

Da aparência

É obsceno e indecente

Nesse lugar onde tudo

Que se planta dá

Onde o coração

Bate e lateja e

sangra

e mais nada

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 12/07/2016
Reeditado em 12/07/2016
Código do texto: T5695658
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