Público porque Inútil
minha alma é vermelha
como o corvo da cólera,
pé ante pé procuro na telha
o dedo do luar vazando
até no chão rabiscos
do que será
público porque inútil
como os devaneios do amor
e o nascer dos sol
neste tempo ninguém se importa
se o outro sentiu
o que é a porta
além da assinatura do fanatismo
cortando a cabeça do sonho
quando supersônico é apenas
medida
quando a terra disponível
abriga os mortos sem nome
quando abutres
são as gentes com fome