VERME

VERME

Logo ver-me-ei verme

Ver-me assim

Será natural naturalmente

Cabeça de poeta imagina

Mas não mente

Demente de tudo

Vermelho coagulado

Estará abaixo da lápide

A sentir vermes

Degustando-o sem poesia

Apoeirando-o sem dó

Só ossos ficarão impunes

Imunes

Por algum tempo

Até a chegada

De outro ambulante

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 12/07/2016
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