Último eu te amo

São estes meus últimos versos

E, desculpe usar a arte

E ser assim tão sincera

Mas de sua parte,

Saiba que é tudo balela!

Quando queremos de verdade,

Não há medo que resista

E se é amor o que se sente, impotente,

Não se discute, se consente

E Não se perde de vista.

Agora, rasgue as cartas, feche a porta

Evite a rua porque é torta

E siga o caminho proposto, sem gosto

E não saiba nunca o que é enfim

um sorriso derradeiro, verdadeiro.

O que é viver um sim.

Mas saiba que do coração não se livra

E a distância não remedia

E que eu também sei fingir

E levantando, sei seguir

Sem esperar novo dia

Agora assista aí do seu conforto,

A banda passando, o café esfriando,

E sem defesa, a dureza

Do meu amor marcado, sentenciado

Sem dolo e sem clareza.

E a questão mais pertinente

É que, se não se ama o suficiente o que se quer,

Deve-se mesmo aceitar

O futuro sobre o muro

E o mormaço que vier.