Sei do inverno que fica nas palavras

é de inverno

o tempo...

sei

do peso do frio

sobre a pele

e

do rio

em preguiçoso

murmúrio

passando...

quase mudo

e sem crespos...

taciturno...

vadio

sei dos dias

de vestes

névoas

e das noites

paramentadas

de túnicas

encharcadas . ..

sei da polida

cor do aço

escapando dos olhos

mirando

o lustre

do silencio

refletindo-se

nas gotas modorrentas

desconstruindo

pensamentos

caem

ideias

nas poças varridas

pelo vento

a dissolver

o ártico

homicida

fantástico

do tempo

ah!

esses sonhos

vaporosos

de enganos

que os anjos

nos fazem

beber quando a solidão

vem nos colher

também deles

sei...

pra eles

o que importa é que outras

cores

e sentidos

se acheguem

pra iludir

um pouco

mais

os sonhadores...

MarySSantos
Enviado por MarySSantos em 11/07/2016
Código do texto: T5694467
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