FIOS ELÉTRICOS

Não quero jamais me acostumar

Ao toque se suas mãos, que seus dedos

Sejam sempre fios elétricos desencapados

Na minha arrepiada pele exposta.

Que nosso desejo nunca se apague

E esteja inapagavelmente aceso nas sinapses

Gerando correntes elétricas delirantes.

Sejamos ambos hidrelétricas colossais

Fontes inesgotáveis de pleno prazer radiante.

Que do fogo lúdico que arde em nós dois

Iluminemos a noite, abasteçamos a cidade,

Que sejamos os condutores do fôlego das estrelas.

Sejamos os donos de um amor glorioso,

De Alta Tensão autossuficiente e expansível.