Pintura.

Eu me debruço no parapeito

da janela da casa antiga,

observo a cor da rua,

da lua, das nuvens...

Fico a imaginar qual pintor

poderia ter trabalhado o todo,

as cores penetram umas às outras,

indefinidamente...

A pintura se faz em filigranas,

dou asas à imaginação,

minha alma viaja

nos filamentos das luzes.

Tudo é um mar calmo

ponteado por estrelas-pirilampos,

que não fazem algazarra

para não acordarem o vento.