HARLÉNS
Um negro foi assassinado
No bairro negro do Harlen,
Um negro foi assassinado.
Deram-lhe mil coronhadas,
Mil e quinhentas chicotadas,
Duas mil lapadas deixaram-lhe.
No bairro negro do Harlen.
Um negro foi assassinado
Numa rua escura e sombria,
“Vinde a mim todos vós
Que sofreis,
E eu vós darei a liberdade”.
Muito, muito,
Muito longe da liberdade,
Quantos fizeram ouvidos moucos ?
Entraram no fundo
Dos seus altares,
Cantarem como quem geme:
“Miserere nobis pater...”
Cantaram para não ouvir
Um negro assassinado,
No bairro negro do Harlen,
Distante meu Deus,
Que distância,
Da África,grande mãe;
Da África, rejeitada;
Da África escrava Agar.
Um negro foi assassinado,
No bairro negro do Harlen,
Não foi manchete de jornal,
Nem nome tinha...
Mas a noite,
A noite veio cobrir-lhe
O corpo,
E as estelas acenderam-lhe
As luzes do Infinito.
Nos Harléns do mundo
Inteiro,
Sem luzes, Sem esgotos,
Sem comidas, sem saúde,
Sempre com medo,
Sonham os negros
Com um futuro
Onde os homens,
Não sejam segregados
Por motivo algum,
Menos ainda pela cor de
sua pele.
“Miserere nobis Oxalá”
Os negros assassinados
Jazem,
Em decúbito dorsal,
Mão esquerda estendida,
Numa tentativa vã,
De tocar a liberdade.
Tão Distante meu Deus
Tão distante.
Um negro foi assassinado
Como os milhões de outros negros,
Que agora fazem fila
E passam com o seu corpo
Fluídico,
Cor de luz,
Em redor do corpo
Do negro assassinado,
Símbolo de todos os negros
Assassinados,
Nos anos tantos,
Que a historia não registra,
Numa hora que o tempo
Não contou,
Numa transversal
Do mundo,
Em busca da liberdade,
Negros são assassinados.
Um negro foi assassinado
No bairro negro do Harlen,
Um negro foi assassinado.
Deram-lhe mil coronhadas,
Mil e quinhentas chicotadas,
Duas mil lapadas deixaram-lhe.
No bairro negro do Harlen.
Um negro foi assassinado
Numa rua escura e sombria,
“Vinde a mim todos vós
Que sofreis,
E eu vós darei a liberdade”.
Muito, muito,
Muito longe da liberdade,
Quantos fizeram ouvidos moucos ?
Entraram no fundo
Dos seus altares,
Cantarem como quem geme:
“Miserere nobis pater...”
Cantaram para não ouvir
Um negro assassinado,
No bairro negro do Harlen,
Distante meu Deus,
Que distância,
Da África,grande mãe;
Da África, rejeitada;
Da África escrava Agar.
Um negro foi assassinado,
No bairro negro do Harlen,
Não foi manchete de jornal,
Nem nome tinha...
Mas a noite,
A noite veio cobrir-lhe
O corpo,
E as estelas acenderam-lhe
As luzes do Infinito.
Nos Harléns do mundo
Inteiro,
Sem luzes, Sem esgotos,
Sem comidas, sem saúde,
Sempre com medo,
Sonham os negros
Com um futuro
Onde os homens,
Não sejam segregados
Por motivo algum,
Menos ainda pela cor de
sua pele.
“Miserere nobis Oxalá”
Os negros assassinados
Jazem,
Em decúbito dorsal,
Mão esquerda estendida,
Numa tentativa vã,
De tocar a liberdade.
Tão Distante meu Deus
Tão distante.
Um negro foi assassinado
Como os milhões de outros negros,
Que agora fazem fila
E passam com o seu corpo
Fluídico,
Cor de luz,
Em redor do corpo
Do negro assassinado,
Símbolo de todos os negros
Assassinados,
Nos anos tantos,
Que a historia não registra,
Numa hora que o tempo
Não contou,
Numa transversal
Do mundo,
Em busca da liberdade,
Negros são assassinados.