Vigesimo Quinto Anjo

Sou o eco respondendo ao chamado...

Quando tua lágrima pinga no chão...

Sou o afeto quando tua alma pede solidão...

Sou a pena que escreve em tua linha de vida fraca...

Sou a tinta e o mata borrão.

Tenho a cesta que colhe tua tristeza e tua ilusão...

Tenho os meus braços que te carrega sob o cansaço da vida...

Tenho o chá adocicado que mata o teu sabor de fel...

Tenho o cantil que lava tua pele impregnada de pó...

Tenho a chuva que brinda tua sede em correntes de águas límpidas.

É a amante do que já passou...

És a vontade de não sentir...

É querer partir tão cedo...

É o vazio...

Sentada no tempo.

Sento-me no tempo...

E sentirei a vontade...

E cedo não partirei...

Junto ao vazio seremos dois...

Nem o tempo separa você de mim...

Aconchegas tua cabeça em meu ombro...

Aos poucos sentes o discernimento que a paz liberta dos meus poros...

Desce calmamente tua cabeça e se aninha ao meu colo...

De olhar perdido mede meu semblante e estica as sobrancelhas...

Sei que sorriu...

E aqui ficaremos até o teu despertar...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 08/07/2016
Código do texto: T5691006
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