Rotina
Na podridão que me arde os olhos
vivo e suporto cada dia
engulo a dose de veneno diário
e sorrio mais uma vez.
A funesta e cálida rotina
em que respiro o peso da amargura
tenho um pouco de alívio somente
quando percebo que a morte se avizinha.
Sina cruel carrego em meu ser
o poder do ser ou não ser
mas eu nunca fui.
Nesse caminho sem volta
espero hoje meu propósito
aguardo um amanhã incerto.