Filho do sossego
O tempo é professor,
Mestre da insanidade.
De todos, ele é o terror
Meu, a vaidade.
Charmoso pelo trovador
Cantarolado por tenras saudades
Profetas nomearam-no amor
Chamando-o de voracidade.
E das linhas que ele traçou,
Caminho que leva-me os planos,
O tempo também transformou
Em rabiscos de erros e enganos.
Leve-me para onde for,
Oh senhor da impunidade,
Mas faz-me o mesmo favor
De contar-me nunca a verdade.
De tudo tu tens a posse,
Oh tempo do meu desapego,
Da-me sempre a sorte
De ser filho do sossego.