Senhor da Cidade
Como podes/
Abrir a janela/
De frente a rua/
Olhar o teu povo/
Sangue de teu sangue/
Se arrastar em gemidos e dores/
E dizer que a vida melhorou/
Sinceramente/
Gostaria de saber que brilho tem o poder/
Pra cegar a alma das pessoas/
A ponto de, em tantos anos/
Fazer o acontecer/
Ser mais amante da morte/
Do que do viver/
Carne da minha carne/
Vida da minha vida/
Como podes ser tão desumano/
Será que não há um segundo em tua mente/
Que quando a lua dormente/
Que quando a enfermidade presente/
Faça-te lembrar de que és gente/
E apesar de ser a situação/
Não és a única razão/
Esse povo não faz de graça/
Paga por sua formação/
Paga por cada passo nas vias/
Meu amigo/
Esse povo tem nome/
Precisa de uma direção/
Então, me diz porque ter tornastes a traição/
Se há outra devoção/
Diz-me a quem tu serves/
Pois essa tua atitude não tem explicação/
Viver perdeu-se na ordem/
Enquanto a democracia dos homens sem credibilidade/
Encontra abrigo na morte/
De toda sorte/
Pra ser o grito de liberdade/
Desse povo/
Que hoje só serve/
Pra fazer senhores feudais/