O FEIO
O FEIO
As vezes brota outra impressão
do que estando ao meu lado
torce pelo caimento da rua
levando tudo ao boeiro
inclusive minha vida curta
os papeis confusos
diferente do que queriam
dentro da vala comum
onde dormem solitários
do mesmo jeito escondidos
quando vivos
do despeito fugitivo de ladrar
pelo que convém no absurdo
nenhum dia é o que parece
escuto o clamor pelo sol
dizendo que o mundo está feio
pelas nuvens serem escuras
que a chuva atrapalha
escorre a maquiagem
desfaz as máscaras
trai o envelope saído
pra ser lido
conforme foi montado
dentro do armário
mancha as letras graves contudo
que é maneira de aparecer
com cintilantes brilhos e lantejoulas
ainda que o caminho ofereça
plenitude das luzes
os passos devem estar cobertos
de cores e as blusas
com qualquer cor vibrante
postas pra verem de longe
quando de perto são tão intrigantes
volumadas tecendo arco-íris
feliz por ver-me triste
abrindo um sorriso negro
um comediante do espelho
sempre a vista nas mãos
dos outros
pelo prazo da conquista
de um terreno fértil do abuso
me torno o herói das horas
estranhas consigo
sou o amigo perfeito
quando eleito pra vir sentar no bar
inauguro toda fama...
Nem envelopado numa gravata de acordo com o traje e perfumado no mais fino elemento dos aromas Sou algo apreciável por alguém...SIMPLES
MUSICA DE LEITURA: Billie Holiday - SUMMERTIME