OS BANCOS DA IGREJA

Estive a vida inteira

Sentado nos bancos

Deste templo santo, Igreja.

Estive poeticamente observando

Dos hinos, sermões à Santa Ceia.

Quis eu do Céu a santidade,

Mas nunca me achei no direito,

Pois dos homens só vi o pecado

Em hedionda predominância,

Apesar de todo o controle moral.

Vi que Deus e o diabo são opositores,

Porém definidores e modeladores

Do tênue caráter humano.

Não fui santo nem profano

Não adotei nenhum extremismo.

Fui neutro, morno, e para estes

Também não há Céu à espera.

Ainda, estou eu, sentado nos bancos da Igreja

Uma vez que creio. Não quero milagres,

Cidades de ouro nas nuvens ou tempos eternos.

Contento-me com sabedoria de Deus e um jardim.