CRUZ

CRUZ

O que era luz

Tornou-se lampejo

O que era cruz

Virou cortejo

E a cortejar a treva

Qual fosse Eva

Perdemo-nos no caminho

Em atalhos pérfidos

Em total desalinho

Qual hidrófidos

Mordendo maçãs

Em relações vãs

Sem ligar aos amanhãs

Entregando o existir

Ao não porvir

Ao lesar desmesurado

Do apropriar-se alheado

Das dádivas gratuitas

Como se fossem fortuitas

E não regalos a retribuir

Com postura

Decompostura

Evitando exacerbar desigualdades

Cometer maldades

Estimulando dessemelhanças

Olvidando semelhanças

Matando o bem me quer

Vivendo para o mal me quer

Esquecendo a criação tal a imagem

Tornando a curta viagem

Um paraíso infernal

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 05/07/2016
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