Alucinação

O desenho na parede

era invisível,

o relógio pendurado

era um sapo,

o distintivo do soldado,

era cinzento,

e minha perplexidade

era frígida.

O meu alucinógeno

era vencido,

o pacto da ilusão

minha corrente,

batendo o vão da porta

a hipocrisia,

solvente pra beber

nem tanto o vinho.

Eu era a insensatez

de um passarinho,

bicando a cascavel enrodilhada,

e quando acordei da letargia,

meu eu não era eu,

mas era o nada.

Marçal Filho
Enviado por Marçal Filho em 04/07/2016
Reeditado em 30/06/2021
Código do texto: T5687013
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.