Pegou o lápis e rabiscou qualquer coisa
Não sabia nem o que escrever e pensou
Que não queria nada, que queria mesmo
Era sonhar que era escritor, só Escritor.

Pegou o lápis e rabiscou uma frase louca
Dessas que ninguém quer ler, nem ver
Esse escritor chorou, chorou de dor, só
Porque sua frase não serviu para ler.

Pegou o lápis e pensou em escrever
Um conto e não tinha o que contar
Escrever e ficou pasmo ali com seu
Lápis apertando o papel... vazio...e só.

Pegou o lápis, rabiscou uma figura,
Uma caricatura de si mesmo, ali, só
Sem ter o que escrever nem ler
Sem pretexto algum, sem texto.

Pegou o lápis o dito escritor, sem nexo
Sem caminho para seguir soluça só
O poeta que não tem texto nem pretexto
Larga o lápis na tarde de julho e...só!