O preço da inércia

Primeiro a gente finge que não vê

Mas quando já não tem como esconder

A gente finge que não sabe

Depois de saber e sem poder negar

A gente finge que é coisa passageira

E depois de ver tantas vezes e saber que não parou

A gente finge que não é conosco

E então, a gente de tanto fingir

Um dia descobre que já estão à porta

A gente grita por socorro, e ninguém nos ouve

Todos fingem não escutar os pés na porta

Todos fingem não ver carregá-lo

Todos fingem não conhecê-lo

Até que eles voltam e levam outro, outro e outro...