POUSO SURREAL

A borboleta azul

não entrou

pela janela

por causa

do grito.

Talvez,

por instinto

ou mudança

de direção.

O seu azul

não cabia

naquele cenário

subversivo,

quase surreal.

E enquanto,

para quem chegava

alertadas pelos gritos,

Madalena,

Maria

e Paula

tudo era horror,

os pulsos cortados,

o sangue depressivo...

A borboleta azul

pousou graciosa

no fio da navalha.