TRABALHADOR
Coisa bem séria nessa vida tão agredida
pelo carrasco da agressão ao livre mundo,
envolto em profunda miséria ora sentida:
trabalhador, sim, resta-te agir, ir fundo.
Povo, qual “recruta zero” da sofreguidão,
tens apenas um ganha-pão por seres empenhado
neste trabalho nojento, triste exploração,
cara má da escravidão – estás enjaulado!?
Simples dor do ato da crueldade sofrida,
de práticos chefões da vontade mantida:
poder, berço mordaz do ódio e da maldade.
A gente da fraternidade presumida
via força de empregado de face sumida
há muito, já és caminho de liberdade!...
Salvador, 1997.