APARÊNCIAS
Em tão simples rotina parada,
vem o lazer sempre programado
naquela fase morta, odiada:
– é fim de semana esperado!
A bonança se mostra bem curta,
ressurgindo a tormenta triste
que, a nossa alma, então furta,
parecendo que ninguém existe!
A gente faz a cara da alegria,
vida óbvia, amadurecida,
aonde quase nunca se vadia.
Cuspo assim a feia covardia
do pobre de cara presumida,
tímida, que peca: jamais sadia.
Salvador, 1997.