PREFIRO OS MORTOS
Prefiro os mortos, seu discurso
Após os passos lentos dos que ficam,
Dentes contra lábios secos,
Duros seus silêncios sem futuro,
Plenos em seu negro abrigo.
Melhor amá-los e melhor ouvi-los,
Tanto quanto for possível, desde fora,
E ser, que errar
Entregue ao ritmo duma chama dúbia,
A tantos cara
Embora sem sentido em si.
Melhor deixar que a grama cresça
Sobre as falas sóbrias desses mortos tantos,
Quase nossos por herança,
E cubra datas, nomes,
Texto em pedra fria, voz do olvido.
Prefiro os mortos,
Mais loquazes que o boneco do ventríloquo.
Habito a trilha de seus rumos breves
Como quem se atreve ao crime.
Prefiro a ausência que me fez
Coetâneo desses crânios, tíbias,
Desde sempre à festa fútil,
Nota inútil no vazio
De idéias de aldeia.
Cresce a grama sobre as falas
Sóbrias desses mortos tantos.
.
Prefiro os mortos, seu discurso
Após os passos lentos dos que ficam,
Dentes contra lábios secos,
Duros seus silêncios sem futuro,
Plenos em seu negro abrigo.
Melhor amá-los e melhor ouvi-los,
Tanto quanto for possível, desde fora,
E ser, que errar
Entregue ao ritmo duma chama dúbia,
A tantos cara
Embora sem sentido em si.
Melhor deixar que a grama cresça
Sobre as falas sóbrias desses mortos tantos,
Quase nossos por herança,
E cubra datas, nomes,
Texto em pedra fria, voz do olvido.
Prefiro os mortos,
Mais loquazes que o boneco do ventríloquo.
Habito a trilha de seus rumos breves
Como quem se atreve ao crime.
Prefiro a ausência que me fez
Coetâneo desses crânios, tíbias,
Desde sempre à festa fútil,
Nota inútil no vazio
De idéias de aldeia.
Cresce a grama sobre as falas
Sóbrias desses mortos tantos.
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