ATROPELOS
Estrelas no céu, caminhos celestiais;
entre elas, tantos espinhos colossais,
carneirinhos, retratos, casas, castelos...
aí, minha imaginação cria martelos...
Martelos que mui trituram minha alma
transportada ao passado em liberdade,
quando eu vivia livre, cuja a saudade
está nas estrelas, ladras de minha calma.
São mortais velas acesas pra este forte
que agora conforma-se em triste morte,
na perda da vontade própria: triste final.
Crueldade cortante e nunca esquecida,
castigada por anos e ainda mantida,
enlouquecedora, sem glória: meu funeral.
Salvador, 1997.