Graciosa Flor
Flor! Por que apartaste do eu-jardim?
A tua ausência levou contigo toda cor,
Brilho e o bálsamo que havia neste lugar.
Sentido eu estou
Pois sem sentido se tornou
O mundo que, antes florido era,
Mas que agora me deixou.
Fiquei perdido, largado em cinzas nuvens.
As águas que aqui chegam, me inundam de saudades.
O sol que vem me visitar, me queima com lembranças.
O vento, ao passar, leva meu pensamento a ti.
Teria porventura eu, displicente que sou,
Deixado de regar e cultivar as raízes férteis de ligação
Entre o meu coração e o teu profundo interior?
Dolorosa e amarga é a falta que tu me fazes.
Continuarei cuidando de mim, o pólen do jardim,
Até que um dia eu possa voltar a sentir o teu aromar,
Palpar tuas pétalas e admirar o florescer do teu olhar.