Marinheiro de primeira viagem
Neste lago profundo
As aguas movimentando.
Quantos rostos ali
A imagem semelhante
Do meu semblante,
Dentro a bagagem
desarrumada
De tantas viagens,
O sofrimento disfarça com sorriso,
De um lado as artes de menino,
Do outro o rapaz apaixonado,
Do outro a vida ensinou
dar braçadas
para outro lado da margem.
O esforço para não perder o fôlego,
Por mais que conheço desconheço,
Aliso essa doce loucura de mim mesmo,
Nao sei o que é
Quem sou,
Os versos dizem
Ser mistérios das letras.
Por mais que eu viva essa
magica, elástica, sou viajante,
A vida não foi vivida o bastante,
Os predicados enchem a mala,
Como se fosse
marinheiro de primeira viagem,
E mar ao rio diz :
Trouxe muito peso na sua bagagem.