Ao amor (a traição)
Deita-te com a boca suja das noites
Lambuzada pelos homens distantes
Ao trair-me com os mais vis dos seres
Ama-me de dia ao nascer da lua
E sai, para ser lambida por cães
Depois sussurra que ninguém mais é sua
Pedes confiança, meretriz?
Após ser objeto de homens
Que te usam por prazer?
Dá fama, poder, prazer, capital
Diz ser boa moça, mas se vende
A quem mais altos lances lhe oferece
Adeus, minha cara
Já se foi o tempo
Em que eu, cego
A ti defendi
Adeus, minha cara
Já se foi o tempo
Em que eu, inocente
Um dia
Te amei.
Morre o homem de fome
Morre o homem de guerra
Morre o homem injustiçado
Morre o homem
Pelas mãos da justiça.