anseio
Quem sabe, a terra
Não seja um mundo
Microscópio de outra
Vida grande, e somos
Pragas, vaga-lumes,
Gafanhotos letrados,
O tempo não pede
Passagem, a sua natureza
É ser, e sendo, nos forja
Na existência, quem não
Foi riscado pelas suas unhas
Afiadas? Eu que escrevo, tenho
Na carne, inscrito, o passado,
O tempo dobrado e acumulado.
Sou tempo, mas também sou
Anseio, de algo mais brilhante,
Um brinde! à cidadela, eternidade