EM VOLTA DESSE CORPO



 
A melhor coisa que já fez,
Seu passo em salto,
A derradeira e a única que importa
Pois sem remorso,
Pára-quedas, asas, nada assim.
 
E melhor como?
De que modo foi melhor?
Se fez sentido vale o preço, essa sujeira –
Ossos contra asfalto
Após baque quebradiço.
 
Coerência às vezes usa as máscaras do horror.
 
A mesma coisa toda vez,
O traço incauto
A dizer nada que
Por fim lhe explique a escolha –
 
Biógrafos em bando
Pousam, bicos ávidos,
Rápidos e exatos em volta desse corpo
Desabitado, sim,
Mas tão precocemente
Que a noite é constrangida
Ao lhe negar mortalha.      
 


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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 29/06/2016
Código do texto: T5682567
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