Dádiva oculta!

Resguardo-te dos espinhos,

Que a minha plenitude contém,

Dolorosa ocultação em mim,

Dos ferozes desejos carnais,

Das ânsias, pecados mortais,

Em parte me ofereço,

Em parte me oculto,

Sem ser tudo,

Sou um nada,

No nada que posso

De mim entregar…

Sombra, na sedução noturna

Em que me movo,

Oculto,

Margem das ocas palavras,

Recebes-me como um todo,

Entregas-te a um desígnio

Desconheces a violência,

A complexidade do que quero,

Não conheço o que não quero,

Quero tudo, sem poder ter nada!...

Sirio de Andrade
Enviado por Sirio de Andrade em 28/06/2016
Código do texto: T5681581
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