Chama
Tremula livre
Isolada num canto da relva,
Contorce e estala.
É um destaque na névoa.
Deixada sem dono,
Até que a chuva lhe cause sono
E enfim adormeça,
À espera de quem lhe amanheça.
Mesmo sendo quem dá início
Ao vício:
O fumo.
Tornando alguém sem rumo.
Sinto-me chamada
Ao ver a chama
Ascender.
Sinto-me pelo menos iluminada
Ao ver o fogo
Crescer.
Solta chapisco no ar,
Queima tudo que for
Combustível
Traga quem lhe tocar,
Vibra repleta de cor,
Compõe quase tudo,
Do simples ao
Incrível
É silenciosa, contudo.
A única luz que aquece e,
Simultaneamente,
Amanhece
Toda escuridão.
Chama breve;
Chove clarão,
Sutil feito neve.
Só lhe resta
Viver,
Até que venha um elemento,
Seja água, seja vento,
Para ela vagamente
Morrer,
Deixando brasas e cinzas
Como memória
Para um dia,
Noutra história,
Renascer.
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Poesia ganhadora do 3º lugar da categoria de 15 a 18 anos (Outras cidades) do 31º Festival Poético de SESC do Paraná, Cornélio Procópio.
Poesia presente na Coletânea de Poesias do 31º Festival Poético - Edição 2015.
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