A SETE CHAVES

Não quero encarar o instinto assassino

Encará-lo em mim ou em você

Carregamos uma carga e destino

Indecisos portões a escolher

Designs primitivos, duradouros e necrológios

Abaixo do nível da água é impossível de se ver

Fazendo um tic-tac como uma bomba relógio

Nosso instinto de cio tão difícil de conter

Por trás dos sentimentos mais vivos

Esta civilidade de fachada

O coração ferido de um caçador

Que protege a matilha arriscada

Pelo bem da segurança

Calar minha voz desesperada

Ninguém quer fazer a lambança

Numa decisão precipitada

Ao preço de acertar a trave

Então nós nos guardamos

Trancados a sete chaves

O instinto que alimentamos

Não é questão de bondade

Não é questão de justiça

Mas de maturidade

Insignificante e postiça

Um monte de pessoas matará você

Por uma causa fanática

Não é uma questão de consciência

Ou uma busca pragmática

Mas apenas ação de instintos

Uma questão de erros fatais

A essência da desistência

Abdicar da razão à excelência da paz

Do nosso tremido destino

Então decidimos agora

trancar nosso instinto assassino

E jogar a chave fora.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 28/06/2016
Reeditado em 10/11/2017
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