Aquarela
Quando as cores refletem o pintor...
Nas telas brancas no vazio...
Uma porta branca para o outro lado da vida...
A maçaneta o pincel...
A imaginação imortaliza a criação...
E cria os dois mundos vazios repletos de linhas e cores...
O rio de águas verde que se misturam ao encontrar o mar...
Numa fenda na terra, da terra nas margens reais colorindo pelos olhos...
Misturando as tintas nos sentimentos, outra margem verde e marrom...
A casinha bege crepom, uma fumacinha cinza e branca...
Cortinas nas janelas, amarelas...
A linha do varal no quintal de uma cor somente, a luz do sol nascente...
No creme da noite cintilante, candelabros em neons cristalinos...
Deste lado da margem, margeia a infelicidade...
Na ponte quebrada...
Sem braçadas, campos alaranjados...
Pedras e galhos secos, e a vontade de entrar na casinha e descansar no cheiro da brasa,
Dos chás do lar...
Deste lado da árvore, o pomar de pensamentos pendurados na alma...
Esticando os desejos...
A esperança com o pincel refaz a pintura do pintor...
As sete cores de sua aquarela...
Pinta seus olhos...
Fios dos cabelos...
A pele em cor...
A tela pinta seu pintor...
A ponte quebrada, um arpoador...
Da casinha de tudo, seu barco, que vaga o seu amor...
Encontrando o mar, seu agora veleiro, as velas, telas e devaneios, neste mar inteiro ar...
Encontram na margem da pintura as mãos que outrora puras...
Sujas de sua cor...
A cor pinta a tela da pintura...
E de seu pintor.