GRANDE SAUDADE
Abri a janela. Deixei a saudade ir embora.
Olhei o sol majestoso e pedi a sua claridade
Ao dono do calor que preciso e muito agora,
Para fugir dessa horripilante e ruim saudade.
Saudade que me embala por dentro e por fora,
Joga-me no total abandono e me deixando assim
Nas portas do nada... no desacerto e na desforra
Dos dias tristes que a sorte guardou para mim!
Sou quase uma sombra treinando com a vida
Na esperança de um dia ser bem feliz e sorrir
Como fui antes do belo sol me fugir e a dívida
Do tempo querer fechar meu olhos e dormir...
Dormir eternamente, sozinha, sem ninguém
Para dar-me o contentamento da presença
Que todos moribundos, frios, sem coragem,
Almeja antes que o corpo a sepultura ele desça.
DIONÉA FRAGOSO
P.S.: Para o meu eterno amor com todo o meu humano carinho.