REBELDIA
Densa madrugada. Noite de hediondas trevas.
Sepulcral silêncio é o adorno da vil majestade
Que atropela sonhos que dormem na eternidade
Sem contemplarem dos dias, luzes que cegam.
Desertas são as estações onde não há moradas,
Inóspitas são as várzeas áridas, carrentes de vida.
O mundo é um túmulo de aspirações desnutridas
E o respirar uma vã tentativa de vê-las douradas.
A existência é um vácuo linear livre de consorte,
Solteira e sem ambição é parceira da ingratidão
Que pulveriza desejos insensatos da imensidão
E distribui aleatoriamente, ingredientes de morte.
O tempero é sequestro da sobrevivência alienada
Enquanto a dor e o amor, filhos do mesmo nada!
DE Ivan de Oliveira Melo