REVIRAVOLTA
Queria vencer na vida
Para poder ajudar
Pessoas que vivem no mundo
Sem ter onde morar
Procurei, arranjei um trabalho
Salário mínimo ganhei
Assim segui vivendo
Longe do sonho que planejei
Vivi reclamando
De tudo em minha casa
Sem prestar atenção
Naqueles que me cercavam
O tempo foi passando
Nenhum fruto plantei
Agora me vejo diante
Do futuro que reservei
Sem entender onde estava
Uma porta abri
E bem na minha frente
Um clarão eu vi
Um pouco desnorteado
Me dei conta de onde estava
Num límpido tribunal
Que alguém julgava
Um Juiz me chamou pelo nome
Ao seu lado, um mendigo
Um pobre coitado
Que sempre andou sozinho
A voz melodiosa
Tudo me relatava
Aquele triste mendigo
Vivia de migalhas
Mas alguém sem coração
O negou um pedaço de pão
E logo o maltrapilho
Foi parar no caixão
Eu xinguei o sujeito
Disse que pra ele não existia perdão
Mas o Juiz interrompeu
E disse que ele não teve intenção
Eu objetei
O homem era culpado
Mesmo ganhando pouco
Uma vida podia ter salvado
O Juiz me olhou
E decretou sua decisão
Você vai para o inferno
Pois era o tal sem coração
Fiquei horrorizado
O que podia fazer
Olhei para o mendigo
Sem saber o que dizer
Ele pobre
De fé inabalável
Intercedeu por mim
Por isso fui perdoado