Recortes pensados
O homem vive apoucado pelos fatos
Na santidade das horas isoladas
No eco vivo afetado pela ironia de ser
Na forma dos recortes pensados
Pelo otimismo exagerado que massifica
E vai de encontro ao desmanche dos valores
Que desorganisa o curso da vida
Entrelaçado na valorização do ser eu
Pela liberdade de um discurso tatuado
Na moderna miséria que satura o homem
Longe dentro e fora do olhar quase nulo
Finge que o caos persegue o tempo
Leiloando a idiotia que afeta os humildes
Bravos e atoleimados pela marca da fome
Que cai na parte meiga de um ser frágil
Sem saber que o pecado não peca apenas finge
E joga na parcialidade o perdão aos inocentes
Nos fios cruzados de um cansaço inútil
O tempo não morre e o mundo desmata
Sem o testemunho dos olhos em transe
Restou um lago verde e uma igrejinha
Nos recortes presos na distância
Entre o temor e a dúvida
Licença Creative Commons
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional