Recato
Foi num impulso que adentrei seu espaço
Sem cerimônia, invadi suas fronteiras
Oferecendo prendas não solicitadas...
Ao dar-me conta, veio o embaraço
E por segundos me retraí inteira
Ao compreender como estava errada.
Ao desculpar-me o silêncio perdurou
Contando mais que palavras vãs
Deixando claro o ressentimento
Reconheci que o cristal quebrou
Entristecida em meio ao afã
Lamentei o acontecimento
Não raras vezes nos equivocamos
Ao demonstrarmos nossa afeição
Sem perceber a inconveniência
O tempo vai, então, nos ensinando
Maior recato e muita atenção
Recomendando um tanto de prudência
No meu silencio recolhi o brio
Tentando me forçar a compreender
O porte de tal inadequação
Meu coração de repente sentiu frio
Deixando de pulsar para tremer
Retomando, assim, a minha solidão.