Recato

Foi num impulso que adentrei seu espaço

Sem cerimônia, invadi suas fronteiras

Oferecendo prendas não solicitadas...

Ao dar-me conta, veio o embaraço

E por segundos me retraí inteira

Ao compreender como estava errada.

Ao desculpar-me o silêncio perdurou

Contando mais que palavras vãs

Deixando claro o ressentimento

Reconheci que o cristal quebrou

Entristecida em meio ao afã

Lamentei o acontecimento

Não raras vezes nos equivocamos

Ao demonstrarmos nossa afeição

Sem perceber a inconveniência

O tempo vai, então, nos ensinando

Maior recato e muita atenção

Recomendando um tanto de prudência

No meu silencio recolhi o brio

Tentando me forçar a compreender

O porte de tal inadequação

Meu coração de repente sentiu frio

Deixando de pulsar para tremer

Retomando, assim, a minha solidão.

Priscila de Loureiro Coelho
Enviado por Priscila de Loureiro Coelho em 04/10/2005
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