Anti-Amor
“Sou contra!”, logo respondo,
Quando sobre o amor sou indagado
A ele jamais sucumbi,
Por Eros nunca fui alvejado,
De suas delícias não padeci
De suas flechas me escondo;
Isso é coisa para loucos,
Assolados por demência tal
Que lhes rouba do pensar a faculdade
Acometidos por terrível mal
Muitos entregam-se à insanidade
Sobrando sãos apenas uns poucos
Tomado por absurdo tamanho
Comete o homem as maiores sandices
Perde-se em devaneios e ilusões
Crê, o pobre, em tantas tolices
Faz-se escravo de suas paixões
Torna-se para si um estranho
Quando percebe-se enredado
Na mais cruel armadilha
Debate-se ferozmente
Qual lobo sem sua matilha
Sentindo a dor iminente
De morrer enjaulado.