Bendita tarde
Empoierados sopravam o vento
Frio das cordilheiras,
Sua voz grita e ninguem escuta,
As pedras seguram seus segredos
Dura e congelada nos dourados
Fio de nylon ,
apertam o varal do campo vasto,
Forte ,
cai a chuva no pranto esquecido, ,
O gozo da tarde solitaria,
Abraça o tempo perdido,
Seus labios carnudos vive o beijo
Da princesa no cavalo arredio,
Solto corre os campos floridos,
O cabresto tampam as cores
Do céu, aos poucos o teatro
No crepúsculo
Abre se cortinas entre nuvens
Dancarinas,
nua, vive a juventude oclusa,
No desfiladeiro face o feitiço
O amor conhece e ao mesmo
Se desconhece,
Bendita seja essa tarde,
Alforria das escravas internas
No submundo dos mortos,
Na cama de plumas,
a agonia extermina...