roupa velha

oupas velhas

Não saiu com a roupa

que estava ajustada

vestiu-se de uma outra

que no corpo alucinava

sentiu-se louca, doida

apavorada;

voltou a si, e num recato;

trocou de roupa

aquela acostumada;

insatisfeita, entretanto

no claustro que se supunha

amada;

--------------------------------------

a pedra é o tempo

glorificado,

e o tempo em nós,

pesa como um

saco de pedras;

a tomada de consciência

acende a luz das coisas,

ou nos ascende para as coisas

inclusive, do saco que carrega.

acender o fogo no meio

da noite, clarear o quintal

escuro, talvez a sombra

das árvores dance pelas paredes,

deixar a carne queimar.

e quando a pele das eras

começarem a derreter,

o turbilhão

é grande, é como se

fosse morrer, mas o fogo

ainda ali, o fogo percorrido,

atravessado, estará mais acordado

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 22/06/2016
Reeditado em 30/06/2016
Código do texto: T5675734
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.