A POESIA (2)
Tem dias que tudo o que sinto
é poesia.
Tem dias que a poesia é tudo
o que sinto.
Tem dias que nem sabia de mim
e era poesia.
Tem dias que o porto de partida
era a poesia,
em outros, a estrela-guia da volta.
Tem dias que nem olho
para ela
e sigo, inflexível,
para lugar nenhum.
Tem dias que ela me respira
e me joga na noite
quase escura.
Tem dias que ela é a resposta
à pergunta que me fez.
Tem dias em que deixá-la
é a melhor saída.
Tem dias em que escrevê-la
é a única saída.
Tem dias em que me aconchego
nela.
Tem dias que ela dispara,
enlouquecida,
flertando com memórias
há muito sepultadas.
Tem dias que nos olhamos,
desconfiados,
sem nos reconhecermos
como poeta e criação.
Haverá um dia
em que morreremos,
eu antes dela.
E ela a manter vivos
os gens do poeta,
como os que ficaram
nos filhos que ele teve.
Tem dias que tudo o que sinto
é poesia.
Tem dias que a poesia é tudo
o que sinto.
Tem dias que nem sabia de mim
e era poesia.
Tem dias que o porto de partida
era a poesia,
em outros, a estrela-guia da volta.
Tem dias que nem olho
para ela
e sigo, inflexível,
para lugar nenhum.
Tem dias que ela me respira
e me joga na noite
quase escura.
Tem dias que ela é a resposta
à pergunta que me fez.
Tem dias em que deixá-la
é a melhor saída.
Tem dias em que escrevê-la
é a única saída.
Tem dias em que me aconchego
nela.
Tem dias que ela dispara,
enlouquecida,
flertando com memórias
há muito sepultadas.
Tem dias que nos olhamos,
desconfiados,
sem nos reconhecermos
como poeta e criação.
Haverá um dia
em que morreremos,
eu antes dela.
E ela a manter vivos
os gens do poeta,
como os que ficaram
nos filhos que ele teve.