Aí, o suicido do Amor  


Romeus e Julietas dos nosso cómodos,
Aquelas e aqueles que se cingem ao pecado,
Na lua choram e rezam, morrendo a cada noite,
Compasso de danças, vizinhos quartos
Noites de insónias navegam galés
Roupas e trapos espalhados ao pés,
Avisos da noite, ressuscitam madrugadas,
Os dedos cegos, finíssimos brincam sozinhos,
Os dedos aos lábios, promessas de beijos
Troca de beijos, promessas, outros desejos
No relvado húmido, uivam lobos, dormem os pássaros,
Cisnes adormecidos, passeiam-se no lago
Prata do luar, orvalho lá fora
Romeus e Julietas dos nossos cómodos
Adormecem um de cada vez
Na morte da noite, a luz, o fim da paixão
Lá fora outra vida, sem nenhuma diversão!
Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 22/06/2016
Código do texto: T5675452
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