Correspondência sentimental
O verso que vou escrever é uma dor,
Mas não uma dor que me derruba,
Mas o sofrimento de ser chamado por
Um lugar do intelecto alheio que ensina,
Mas ali não sou aceito, sou julgado,
Perseguido, também não acredito
No amor dos outros cujo amado
Sentimento tem forma e cor, nisto
Eu tenho razão, e meu gosto estético
Não diz respeito a ninguém, se uma feia
Amo, não sou obrigado a idealizá-la,
Busco o belo em palavras, sou ético,
Mas não aceito o julgamento da veia
Aberta para qualquer um, um futuro via,
Mas agora vejo apenas uma luta ingênua,
Sem nenhum sentido, então vou passar
A compreender o amor humano: A sua
Apaixonada colega era ruiva, vá lutar
Pela sua escrita, mas onde estava o amor?
Estava num respeito de alguém que via
O coração, e não queria que ela se tornasse dor
Da realidade que nego e sempre neguei, se lia,
Agora vejo a fantasia como algo incomum,
Porém comum e costumo pensar na ideia
De amar uma mulher que seja um
Sentimento além das aparências, seja
Uma fada ou um anjo, serafim, ou ninfa,
Mas saiba que eu a achava uma louca linda...