A revolta de um herói

Cerrarei meus olhos para não mais ver

Tamparei os ouvidos para não ter que escutar

Não quero que minhas retinas toquem a pálida inveja

Não quero que adentrem pelos tímpanos tiranas palavras

Saltarei da nau e nadarei em direção à vida

E será no dia de Frigga que beberei seu mel

Embriagarei na sóbria consciência

De jamais ser consciente de meus atos

Cantarei aos ouvidos das três ninfas

Dormirei no covil das harpias

Encararei os olhos da medusa

Nadarei em direção às sereias

E serei o inverso dos versos dos heróis

Escreverei eu mesmo minhas trágicas epopeias

Só assim, ninguém reproduzirá meus atos

Ninguém ousará ser meu reflexo

Apenas observarão meu túmulo isolado

Escrito: aqui jaz

O que agora descansa em paz.

Daniel Vitor de Almeida
Enviado por Daniel Vitor de Almeida em 21/06/2016
Reeditado em 14/11/2018
Código do texto: T5674068
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