Soneto de amor
Amo-te porque trazes em ti o sentido
do que nem nasceu, amo-te pelo que
tens de público, e que, no entanto
fizeste meu. Amo-te pelos teus olhos.
Amo-te pela presença efêmera,
e paradoxalmente duradoura
do gozo que emana do beijo teu
imantado, amo-te pelo teu olhar.
Amo-te porque, se sei sorrir,
coube a ti dar-me motivos
amo-te porque me faz vivo.
encantado, amo-te pelo teu olhar.
E por te amar, sempre e tanto
de um amor oceânico, denso,
Suspenso, hei de um dia afogar-me
no teu corpo quente, e no teu olhar
morrer feliz, por ter amado
mais do que pude.