Soneto de amor

Amo-te porque trazes em ti o sentido

do que nem nasceu, amo-te pelo que

tens de público, e que, no entanto

fizeste meu. Amo-te pelos teus olhos.

Amo-te pela presença efêmera,

e paradoxalmente duradoura

do gozo que emana do beijo teu

imantado, amo-te pelo teu olhar.

Amo-te porque, se sei sorrir,

coube a ti dar-me motivos

amo-te porque me faz vivo.

encantado, amo-te pelo teu olhar.

E por te amar, sempre e tanto

de um amor oceânico, denso,

Suspenso, hei de um dia afogar-me

no teu corpo quente, e no teu olhar

morrer feliz, por ter amado

mais do que pude.

JG de Araújo
Enviado por JG de Araújo em 16/07/2007
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