não-nunca
esse vácuo insosso
esse hiato pálido
esse vazio cinza
esse oco bolorento
esse silencio agonizante
face aos meus gritos gélidos
quentes mulatos sonolentos sorrateiros
pertinentes, crivados e solapados por sentimentos
loucos e dementes
esses momentos rubros
esses instantes retóricos
essa máscara cheia de rugas
essa alma enxovalhada de dor
esse "não" travestido de "nunca"
ah esse abismo que me engole
me traga e me devora
me invade e me demole
esse olhar desnorte
esse sorriso engima
essa enxurrada de não
essa devassidão de impossibilidades
cheira a migalhas